O que fazer em São Paulo em abril
Há duas décadas, a SP–Arte tem papel fundamental no desenvolvimento do mercado artístico brasileiro, sendo a maior feira de arte e design da América do Sul. O evento de 2024 apresenta galerias brasileiras renomadas, como Fortes D’Aloia & Gabriel, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Millan e Nara Roesler, além de uma geração de galerias mais novas, a exemplo de Gomide&Co, Verve, Central e Superfície. A feira conta ainda com grandes galerias internacionais, como Continua (Itália), Herlitzka & Co (Argentina), Sur, Galería de Las Misiones e Piero Atchugarry (Uruguai) e RGR (México). Já a área dedicada ao design é contemplada por espaços de nomes como Etel, Firma Casa e ,ovo, além de uma exposição com curadoria de Livia Debbane, que terá entre as peças o Cobogó Mundaú, design de Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Ambrosio para a Portobello. A marca também participa de um ambiente criado por Taissa Buescu, com o revestimento Soma, assinado por Nadezhda e Paulo Mendes da Rocha.
Serviço
Período: 3 a 7 de abril
Ingresso: R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira)
Horários: quarta apenas para convidados; quinta e sexta, das 13h às 20h; sábado e domingo, das 11h às 19h
Localização: Pavilhão da Bienal, Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Ibirapuera
Dica: Visitas guiadas poderão ser realizadas de quinta a domingo, entre 13h e 19h (no final de semana, entre 13h e 18h). As visitas guiadas devem ser informadas com antecedência de pelo menos 3 dias, via e-mail (atendimento@sp-arte.com), com o assunto “Visita guiada”.
O museu A CASA do Objeto Brasileiro, fundado há 27 anos, é reconhecido por valorizar e promover produções artesanais e o design nacional. Este ano, sua mostra inaugural é sobre moda e reúne parte do acervo montado pela instituição ao longo das últimas décadas. São exibidas ao público peças que celebram a cultura popular brasileira, produzidas com chita e rendas de várias regiões do país – tudo assinado de maneira colaborativa por artesãos e estilistas. Com curadoria de Renata Mellão e Sonia Kiss, A CASA na Moda sintetiza duas mostras realizadas ali anteriormente: A Chita na Moda (2005) e Renda-se (2015). Ao todo, são 17 criações, dos estilistas Adriana Barra, André Lima, Glória Coelho, Karla Girotto, Lino Villaventura, Marcelo Sommer, Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Samuel Cirnansck e Walter Rodrigues, juntamente com as marcas Amapô, Huis Clos e Neon.
Serviço
Período: até 19 de maio
Entrada gratuita
Horários: quinta a domingo, das 10h às 18h
Localização: Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros
O termo em inglês queer é amplo e costuma ser usado por aqueles que não se identificam com os padrões e rótulos impostos pela heteronormatividade. É sob esta perspectiva que a mostra Mário de Andrade: duas vidas, em cartaz no MASP, convida o público a conhecer esse ícone da literatura e do modernismo brasileiro. A exposição integra a programação anual do museu dedicada às histórias da diversidade LGBTQIA+. Mário de Andrade (1893–1945), um dos mais estudados escritores do país, foi também músico, professor, crítico, historiador de arte, agente cultural, colecionista e jornalista. A exposição reúne um conjunto de 88 obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e fotografias pessoais, em que o intelectual expõe vestígios da sua inquietação sobre a sexualidade. A ideia de “duas vidas”, que dá nome à mostra, aparece em diversos escritos do autor e exalta a dualidade que sentia em seu dia a dia: ele trasitava entre a figura de um intelectual que dominava os códigos da vida pública heteronormativa dos anos 1920 e, ao mesmo tempo, na intimidade, revelava-se mais descontraído, como no autoretrato feito durante viagem ao Amazonas (acima). A fotografia revela um homem divertido, que assumia diversos papéis e performava uma masculinidade queer.
Serviço
Período: até 9 de junho
Ingresso: R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira). Entrada gratuita às terças. Agendamento on-line obrigatório pelo site
Horários: terça, das 10h às 20h, e quarta a domingo, das 10h às 18h
Endereço: Avenida Paulista, 1578, Bela Vista
Dica: A mostra ocupa o 1º subsolo (mezanino) do museu. Alinhada com a exposição de Mário de Andrade, a loja do MASP traz ao público produtos criados a partir da coleção do artista, como bolsa, postais e ímãs, além do catálogo oficial da mostra.
A mineira Lygia Clark (1920-1988) figura entre os nomes mais relevantes da arte brasileira contemporânea. Ela redesenhou as fronteiras entre artista, obra e público ao propor uma nova relação entre corpo e objeto: suas peças convidam as pessoas a interagir, sentir, manipular e explorar a materialidade, o que desafiava as noções artísticas vigentes em sua época. A exposição Lygia Clark: Projeto para um planeta, em cartaz na Pina Luz, ocupa sete galerias com mais de 150 obras que abrangem toda a carreira, ao longo de 30 anos. A narrativa tem início com réplicas da série Bichos (uma das mais famosas produzidas por Clark a partir de 1960), que estão disponíveis para manuseio. No ambiente seguinte, vinte peças originais desta mesma série se reúnem pela primeira vez em uma mostra após mais de uma década. A exposição revela ainda o amadurecimento de ideias, com a transição das pinturas, primeiras obras da artista, até as esculturas neoconcretas e projetos arquitetônicos. Para completar, filmes, fotos e documentos ajudam o visitante a mergulhar mais a fundo no universo de Clark.
Serviço
Período: até 4 de agosto
Entrada: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira). Gratuito às quartas, em horário estendido, das 18h às 20h
Horários: quarta a segunda, das 10h às 18h
Localização: Praça da Luz, 2, Luz
Dica: um único ingresso oferece acesso aos três edifícios da Pinacoteca em um mesmo dia. Não deixe de conferir a mostra Sallisa Rosa: topografia da memória. A artista visual indígena brasileira, natural de Goiânia (GO), já expôs em diversos países e, nesta instalação, apresenta mais de cem peças em argila, todas moldadas à mão. Em cartaz na Pina Contemporânea até 28 de julho.
Os incêndios de 2020 no Pantanal devastaram quase 50 mil km² — o equivalente a 270 mil campos do Maracanã. As gigantescas proporções do estrago, porém, não se limitam às chamas. O ecossistema compartilhado por Brasil, Bolívia e Paraguai sofre também com outros desafios de preservação, como poluição das águas, desmatamentos relacionados à pecuária e agricultura, grandes projetos de infraestrutura e mineração ilegal. Tudo isso é tema de Água Pantanal Fogo, exposição-manifesto em cartaz no Instituto Tomie Ohtake. A mostra reúne imagens produzidas por Lalo de Almeida (1970) e Luciano Candisani (1970), dois gigantes fotodocumentaristas brasileiros, reconhecidos internacionalmente. Enquanto as fotos de Almeida mostram as chamas e seus estragos, as cenas capturadas por Candisani exibem as águas do Pantanal, a maior planície alagável no mundo. São fotografias potentes, que, colocadas lado a lado, alertam sobre a fragilidade da natureza e a urgência em preservá-la. A exposição conta ainda com uma série de outros recursos para compor um panorama do Pantanal, como mapas, livros, infográficos e vídeos.
Serviço
Período: até 12 de maio
Entrada gratuita
Horários: terça a domingo, das 11h às 19h
Localização: Rua Coropés, 88, Pinheiros
Dica: Aproveite a visita para conhecer outras três mostras em cartaz no local: Máscaras e Flôrs (até 5 de maio), Roda dos Bichos (até 26 de maio) e Diásporas Asiáticas (até 26 de maio).