Evolução Pessoal

Do click de uma ideia ao poder do improviso. Cientistas desvendaram os segredos do cérebro e mostram como desenvolver habilidades que transformarão você numa pessoa mais criativa.

Ser criativo não é um dom. É uma habilidade humana. Todos têm. As últimas descobertas científicas provam exatamente isso. Solte a imaginação. Você pode ser mais criativo e vai descobrir como.

Para começar: o que é criatividade? As mais recentes pesquisas definem criatividade em três palavras.

 

A primeira delas é um ‘insight’. ‘Insight’ é uma palavra em inglês para expressar aquele click que dá na cabeça quando temos uma ideia.

Esse click acontece no lado direito do cérebro. Na hora em que temos uma boa sacada, surge dessa parte do cérebro uma descarga de ondas cerebrais de alta energia, chamadas de ondas gama.

“A gente descobriu que os neurônios do lado esquerdo do cérebro são diferentes dos neurônios do lado direito. Os dendritos, a parte do neurônio que coleta informações, se organiza de forma diferente do lado direito do cérebro, possibilitando conexões diferentes que proporcionam o surgimento da ideia”, explica o pesquisador.

 

A segunda palavra que define criatividade: pensamento divergente.

Pensar diferente faz parte do processo criativo. Segundo o cientista, você não precisa ser inteligente para isso. Para provar, ele começou a fotografar cérebros.

Todo cérebro é composto de massa cinzenta e massa branca. A massa cinzenta são os neurônios. E são os choques que os neurônios dão uns nos outros que fazem a gente pensar.

Quanto mais massa cinzenta, maior a capacidade dos neurônios de fazer ligações rápidas e diretas. Isso é inteligência. Mas os cientistas descobriram que o cérebro criativo não segue esse padrão.

“Para a criatividade, a quantidade de massa cinzenta importa menos. O que importa é quantidade de massa branca. E quanto menos, melhor”, diz o cientista.

A massa branca organiza a massa cinzenta, e quanto menos massa branca, mais desorganizado é o cérebro. Um cérebro desorganizado te leva a viajar, fazer várias associações improváveis.  E ter respostas mais criativas. Assim, você vai além do obvio.

 

A terceira palavra que define criatividade é o improviso.

Um cientista colocou músicos de jazz em aparelhos de eletroencefalograma. Ele queria ver o que acontece no cérebro quando esses músicos improvisam. Ele descobriu que há mudanças na parte da frente do cérebro cada vez que tocam de improviso.

A parte da frente é responsável por nos manter conscientes e tomar as decisões racionais. É meio a babá do nosso cérebro. Para que o improviso aconteça, essa área precisa estar relaxada. Para deixar outras áreas do cérebro atuarem.

Cientistas descobriram que a resposta para um problema não vem na hora, quando o cérebro está cansado. Mas não fazer nada, como o primeiro voluntário que ficou olhando só para as peças, não ajuda.

“A gente não sabe exatamente o porquê disso ainda, mas uma resposta razoável seria a quebra de pensamento. Pensar um pouquinho sobre a atividade que está fazendo, depois voltar e pensar um pouquinho sobre o problema. O que é ótimo para a criatividade”, diz o pesquisador.

 

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Matéria divulgada no Fantástico em 09/02/2014 

Enviado por Marcelo Viana