Cultura e Lazer

Internet? Que internet?

Daqui a 30 anos, não se falará sobre a internet.

Não porque ela terá desaparecido, mas porque, como a eletricidade, será invisível.

Estará nas roupas, nos móveis, nos carros -e tudo e todos estarão interconectados.

A visão da chamada “internet das coisas”, que já se desenha hoje, é encampada por futurólogos e por um dos pais da rede, Vint Cerf, atualmente “evangelista-chefe da internet” no Google.

Questionado pela Folha por e-mail sobre o futuro da rede, Cerf respondeu com uma enxurrada de previsões.

“A internet das coisas será a norma. Dispositivos móveis encolherão ainda mais. Usaremos voz e gestos e teremos conversas semânticas com nossas ‘coisas’. A busca vai se transformar em um diálogo. Implantes oculares e espinhais serão prática normal. Você entrará em um carro que dirige sozinho e discutirá aonde quer ir e, talvez, sobre a rota que prefere.”

Para Patrick Tucker, editor-adjunto da revista “The Futurist”, nossa convivência ainda mais ostensiva com a internet nos fará sentir que a vida sem ela é “insuportável”.

“Os dados que criaremos por meio de cada movimento, cada escolha e cada ação serão lembrados, e uma rede gigante usará essa informação em nosso benefício, para nos deixar mais saudáveis, mais confortáveis e mais produtivos. A internet se tornará parte do nosso mundo ‘natural’, como a luz do sol, a sombra e o vento.”

O futurólogo Daniel Burrus, consultor estratégico do Google, da IBM e da Microsoft, dá um exemplo prático de como a internet das coisas facilitará nossas vidas.

“Haverá sensores inteligentes no cimento. Uma ponte poderá informar que está rachando e que deve ser reparada. Se a pista estiver escorregadia, a ponte avisará ao seu carro que você deve reduzir a velocidade.”

De acordo com Burrus, objetos triviais, como a mesa da cozinha e o espelho do banheiro, funcionarão como computadores, e teremos assistentes eletrônicos, como o Siri, da Apple, e o Now, do Google, ainda mais inteligentes e proativos.

Via: Folha Tec